Algumas reflexões
O coordenador pedagógico ainda se confunde com os diversos papéis que esse profissional desempenhou ao longo da historia da educação:
Chefe, fiscalizador, provedor, organizador de eventos, apaziguador de conflitos, regente...
E vivemos nos confundindo entre os papeis:
Gerador de conforto ou Gerenciador de conflitos?
Hoje, buscamos uma identidade caracterizada pela parceria e apostamos num profissional critico e reflexivo, um articulador de estratégias de formação, que, por ter um olhar distanciado, pode estranhar o que parece tranquilo e acomodado e convidar o grupo a ressignificar seu olhar e suas práticas na direção das mudanças esperadas num currículo critico-emancipatório.
Esse, então, configura-se num novo desafio:
Qual a formação necessária para a constituição desse sujeito?
Quais os desafios e encaminhamentos de uma formação que o apoie a reconhecer-se como um profissional reflexivo, um sujeito autor que cria e recria suas ações a partir das reflexões sobre seus fazeres, em busca de coerência entre suas intenções e ações enquanto formador?
Muitas são as questões que envolvem essa discussão :
· Quais as representações culturais e concepções de aprendizagem e desenvolvimento e ideias sobre formação que ainda sustentam as ações do coordenador pedagógico. Como pensar no conceito de formação dentro de uma proposta sóciointeracionista de desenvolvimento? (o que pensamos ser formação?)
Como estão estruturados os processos formativos (formação inicial e continuada) desse profissional - em que momentos nas formações pontuais nos debruçamos sobre as especificidades e os saberes necessários ao fazer de um formador? (vale ressaltar que o mesmo curso forma professores, coordenadores e diretores).
Qual o olhar desse profissional sobre sua própria identidade (o que ele pensa ser o seu papel)
Quais as expectativas do grupo quanto a sua atuação (Como o grupo vê esse profissional)
Quais as experiências formativas necessárias para a formação de um profissional com autonomia intelectual e que seja capaz de estabelecer relações crítico reflexivas entre as concepções, intenções e ações que envolvem sua realidade.
Como garantir a dialogicidade no processo formativo do CP para que as discussões dos momentos de formação se reflitam efetivamente nas suas ações no chão da escola
Questões estruturais e organizacionais da própria escola (espaços, tempos e materiais que envolvem e implicam em sua atuação)
Toda e qualquer reflexão sobre os desafios da formação desse profissional que se proponha a ir para além de uma discussão superficial e conceitual pedira considerar essas questões mas o processo de crescimento do ser humano está na sua predisposição em aceitar o desafio, na sua reflexão sobre a prática e se fortalece muito mais nas suas dúvidas e dificuldades, do que nas respostas e certezas.
Respostas, que terão real significado para o grupo, por nascerem da legitimidade, da autoria, do protagonismo e da corresponsabilidade de todos e de cada um no processo de reflexão que nos permite sermos donos da nossa vida e da nossa história.
Que não dá a outros o mérito de pensar sobre nossa docência, posto que desejamos ser mais do que meros “fazedores” do nosso oficio.
Articulador de estratégicas e de formação de conhecimentos e que deveria ter uma formação inicial e continuada.
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