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MINI CURRÍCULO Coordenadora Pedagógica da Rede Municipal de São Paulo Graduada pela Universidade Paulista-UNIP, Pós Graduada em Docência do Ensino Superior, Educação Infantil e Gestão escolar - ISE Vera Cruz. EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS Formadora da DRE de Itaquera Educação Infantil e Informática educativa Formadora no Ponto de Cultura FAFE-USP (Oficina-Documentação Pedagógica-Tecnologias a Favor da Educação) Formadora no programa ADI Magistério - formação de professores- Fundação Vanzoline Professora de educação infantil e ensino fundamental I e de oficinas de arte no ensino fundamental II- Escola Tecnica Walter Belian

Pautas Formativas

Avanços e desafios da leitura para os bebês no CEI

CEU TIQUATIRA
CEI Prof. Walter de Andrade 
REGISTRO DO TRABALHO FORMATIVO REALIZADO NA PARADA PEDAGÓGICA de setembro/2010
Proposta de trabalho
Somos formados para sermos “ledores” e não leitores. O “ledor” é capaz de ler as linhas, porém somente leitores podem desvendar o que se esconde para além delas.
O que nós, adultos oriundos de uma escola que pouco nos convidou a leitura com prazer, precisamos saber fazer para garantir às nossas crianças ricas experiências de leitura desde o berçário? .Como ampliar nossas próprias experiências de leitura para além das poucas vivências que temos?
Como implementar um projeto de leitura no CEI que abrace os adultos e crianças tão pequenas ?
Pensar em todos esses desafios no CEI ainda é muito novo para todos nós. É bem verdade que já temos construído algumas compreensões a respeito, mas ainda é preciso abrir muitos espaços de discussão e reflexão.
Durante muito tempo acreditou-se que as dificuldades de leitura e escrita estavam ligadas a deficiência dos alunos; Hoje, já sabemos que estas dificuldades têm relação com a falta de intimidade, acesso e contato com a língua escrita. Contato esse, que deve acontecer desde muito cedo.
Ou seja: estimular a leitura desde o berçário, com bebes que ainda nem aprenderam a falar, pode ser o caminho mais curto para a formação de futuros leitores.
É muito interessante observar as hipóteses que as crianças constroem a partir desse contato com a leitura e a escrita desde muito cedo (muito antes de saberem ler ou escrever convencionalmente):
Como se sentam e folheiam os livros, descobrem a posição das figuras como se vira as páginas de um livro no sentido da leitura, como passam os dedinhos no texto escrito como se seguissem as letras ou ainda, como se apropriam discursivamente das estruturas convencionais da linguagem escrita tal qual elas aparecem nos diferentes textos (“era uma vez” ,”levou-a ao jardim”) mesmo sem nunca tê-los lido convencionalmente, mas com uma intimidade que só é possível a quem é oportunizado este contato através de leituras constantes e do uso social da leitura e escrita.
A construção da postura leitora é uma rede de significados construídos pelas crianças desde muito cedo, ainda em meio a fraldas e mamadeiras, que as auxiliará a compreender melhor as estruturas da leitura e da escrita.
Dessa forma, proporcionar a criança, desde seus primeiros anos de vida o acesso a língua escrita em todos seus usos e formas é investir-se na tão sonhada: ”Igualdade de oportunidades”.
Temos buscado um olhar mais sensível para nossas crianças em situações de contato com a linguagem escrita e percebemos muitos instantes preciosos que mereciam ser trazidos para nossos instantes de formação.

Objetivos: Investir nas práticas de leitura do CEI e potencializar as discussões utilizando estratégias formativas que desencadeiem discussões importantes visando o refinamento das concepções e qualificação das ações em acordo com os princípios propósitos e objetivos das práticas de leitura.
Trazer à discussão questões como:
A importância de se ler para as crianças desde o berçário
A otimização do acervo literário do CEI
A disponibilização dos livros para as crianças
A organização de espaços de leitura
Intensificar os trabalhos com leituras e historias, contadas e lidas e buscar o envolvimento coletivo nas práticas de leitura da Unidade.
ATIVIDADE I – Valorização das práticas da Unidade 
Apresentação do vídeo ENTRE FRALDAS E LIVROS

Este vídeo foi feito com o objetivo de servir como material de formação e traz algumas idéias sobre a importância da leitura na primeira infância ilustradas por imagens das situações de leitura que acontecem na Unidade.
ATIVIDADE IIComo planejar uma boa roda de leitura?
Quais as intervenções necessárias para qualificar as práticas de leitura na Unidade?
Considerações: Hoje já existem, com alguma regularidade, as práticas com as rodas de leitura no CEI, porém ainda se faz necessário possibilitar novas discussões e reflexões do grupo visando o refinamento das concepções e qualificação das ações em acordo com os princípios propósitos e objetivos das práticas de leitura. Uma das questões a ser “afinada” é a necessidade da intervenção do educador (antes, durante e depois da roda de leitura) Para tanto os instantes formativos devem prever estratégias que busquem discutir questões que evidenciem seus reais propósitos e objetivos.   
Objetivos: Possibilitar aos educadores pensarem na importância da prática intencional e planejada de uma roda de leitura com as crianças considerando os reais objetivos e propósitos dessas práticas
Momento I- Leitura pelo formador Até as princesas soltam pum- Brinque Book
Desenvolvimento da atividade: A leitura será feita por mim com o grupo. Neste instante, buscarei garantir ser uma boa referencia de leitor para possibilitar ao grupo subsídios de discussão coletiva visando o segundo momento proposto para a atividade.
OBS: Como um procedimento importante, Escolhi a leitura a ser feita, preparei o ambiente e ensaiei a leitura para evitar “tropeços”.
Tentando enriquecer esse instante, escaneeei as imagens do livro (sem o texto) para passá-las no telão durante a leitura .
Abri a leitura comentando sobre a capa, o tema, o assunto criando uma esfera de curiosidade sobre a leitura. Durante, garanti a interpretação e ao termino da leitura, convidei-as a falar sobre o que acharam da história, relembramos partes interessantes do texto e eu disponibilizei o livro para que elas o folheassem
Momento II- Elaboração coletiva de um quadro referencia das intervenções necessárias antes durante e depois das práticas de leitura com as crianças
Perguntei ao grupo:
 Quais foram os meus procedimentos: antes, durante e depois da leitura?
Registro das respostas:
Antes
Durante
Depois
·  Preparou o ambiente
·  Escolheu o livro
·  Preparou(Ensaiou) a leitura




·Apresentou o livro para nós (falou da capa do autor e da história,deixando o grupo curioso)
·Leu com boa entonação e interpretação que deu vida a história,criou suspense
·Respeitar o texto sem simplificá-lo ou mudar as palavras e buscar manter uma postura leitora que possa servir como uma referencia
·Explicou porque não iria mostrar as figuras durante a leitura Considerar a relevância de se mostrar ou não as imagens no corpo do texto
· Conversou sobre a história, perguntou as opiniões, a parte que mais gostaram,
· Disponibilizou o livro para que o folheiem, toquem ou até mesmo recontem a história
· Contou sobre suas outras obras do autor estimulando o grupo a conhecer outros livros dele
· Oportunizou que escolhêssemos  outros livros para que fossem lidos
  Momento III: Leitura das OCs - texto de validação
Objetivos:Sistematizar a leitura dos documentos oficiais de orientação OCs como instrumento de consulta, leitura e validação das práticas educativas
 Desenvolvimento da atividade: Após a discussão coletiva e o registro das principais idéias levantadas pelo grupo disponibilizar o trecho das OCs para que grifem e destaquem as ações necessárias do educador antes durante e depois de uma atividade de leitura com as crianças. (validando referendando e ou ampliando se necessário as discussões as idéias discutidas na elaboração do nosso quadro)
 ATIVIDADE III: Refinando concepções e qualificando ações
 Momento I- Estudos de caso:
Proposta: Considerando os princípios e propósitos da leitura com as crianças leiam os quadros abaixo e destaquem diferenciando por cores as atitudes positivas e os equívocos apresentados em cada um dos casos
 OBS: As educadoras discutiram os casos apresentados nos grupos, mas optamos por socializar as discussões nos horários de formação para otimizar as discussões que prometem ser interessantes.
ATIVIDADE IV: Os significados, hipóteses e a postura leitora que as crianças podem construir desde o berçário
 Momento I Tematização de práticas a partir de registros em vídeo.
Considerações pessoais: Trouxe para ser tematizado pelo grupo, alguns registros filmados de situações de leitura com crianças de 0 a 3 anos. Hoje, já posso contar com registros da própria Unidade que cada vez mais tem buscado apropriar-se de conhecimentos técnicos para registrar suas práticas em foto e vídeo. Todo esse movimento, tem nos permitido ter nas mãos materiais riquíssimos para a tematização das praticas a partir de situações reais e legitimas da unidade.
Objetivo: convidar o professor a “reparar” nas crianças, nas relações que elas estabelecem com os objetos, nas hipóteses que criam e recriam com relação aos livros e a leitura e na postura leitora que constroem mesmo muito antes de saber ler convencionalmente para que possam, no reconhecimento do desenvolvimento processual, pensar em intervenções e replanejamento de suas ações educativas.
Desenvolvimento da atividade: Assistir as situações registradas em vídeo, analisar Os significados, hipóteses e a postura leitora que as crianças podem construir desde o berçário e pensar em algumas intervenções possíveis
Proposta: Assistir os vídeos buscando responder: O que a relação que as crianças estabelecem com os livros e a leitura, nos contam sobre:
O que pensam as crianças
O que já sabem
Quais as intervenções possíveis?


ATIVIDADE V:Criando ambientes que estimulam e favorecem leitura com as crianças
Considerações pessoais: A preparação para a nossa reunião pedagógica de setembro teve início no dia 23/08 quando foi lançado um desafio/tarefa aos educadores do CEI: Elaborar cantos de leitura em espaços inusitados do CEI e do CEU. 
Objetivos: Socialização dos planejamentos que estão sendo elaborados pelos educadores investindo-se  na troca , na ampliação de repertório de possibilidades construídas pelo próprio grupo e na valorização da equipe.
 Desenvolvimento da atividade: Pedir que cada grupo conte um pouco sobre sua proposta (O que, porque e como elaborou seu canto de leitura)
Momento I: Partilhando idéias-  Socialização dos cantos de leitura planejados pelos educadores
Proposta: Cada um dos grupos contará um pouco sobre sua proposta
O grupo envolveu-se de forma surpreendente na tarefa proposta. Muitas foram as iniciativas na elaboração dos cantos mas, mais do que observá-las planejando, construindo e decorando estes espaços de leitura, foi observar a cooperatividade, a co responsabilidade, o poder de articulação do grupo e o brilho nos olhos delas; Ainda mais significativo, foi perceber que esta foi uma estratégia muito interessante para promover uma integração maior entre os grupos da manhã e da tarde.
Outra consideração importante, foi que esse movimento me permitiu uma aproximação ainda maior com o  grupo . Relações foram humanizadas, laços estreitados sentimentos de pertencimento, valorização dos educadores, compromisso coletivo e cooperatividade
Momento II : Caçada ao tesouro
Considerações pessoais: Recebemos duas caixas com livros (além do acervo da unidade) que conta com belíssimas obras de grande qualidade literária. Ainda assim, penso que poderíamos otimizar, resignificar a utilização desse material que, na minha opinião, ainda é um tanto quanto sub utilizado pelo grupo. Na tentativa de investir nas ações dos educadores e intensificar, qualificar e incentivar as práticas de leitura na Unidade, surgiu esta proposta.
 Brincando metaforicamente com a expressão- A leitura é um tesouro ainda não descoberto, pensei numa grande brincadeira com os educadores para apresentar a eles o material literário recebido pela unidade (e por que não, reapresentar o que já dispúnhamos)
Objetivos Resignificar o valor do acervo literário do CEI, apresentar os livros recém recebidos pela Unidade, investir nas ações dos educadores e intensificar, qualificar e incentivar as práticas de leitura na Unidade surgiu esta proposta. Além desses objetivos, porém não menos importante, possibilitar aos educadores vivencias prazerosas de leitura em ambientes planejados, numa espécie de experimentação ao que será oferecido para as crianças.
Desenvolvimento da atividade O grupo será dividido em 5 sub grupos caracterizados por diferentes cores , para cada grupo foi planejado um percurso próprio  marcado por pistas espalhadas por diversos lugares do CEU .
Para encontrar o “suposto” tesouro será preciso desvendar as pistas até completar o percurso todo. Na verdade, todos os caminhos trarão os grupos ao mesmo lugar  de partida onde eles encontrarão o tesouro que na verdade é o acervo literário disponível na unidade.
 Proposta: Sigam as pistas que levarão vocês a um tesouro de riqueza incalculável. Que quanto mais dividido mais valor tem mas que só o encontrará aquele que tiver sabedoria para reconhecê-lo.
 Adivinhem o que elas encontraram dentro do baú do tesouro?!
LIVROS, é claro !!!!!
Momento III - Conhecendo os cantos elaborados pelas educadoras Agora, a proposta é que cada professor escolha livros e utilize os cantos de leitura elaborados pelos grupos.
Conheça os cantos montados pelas educadoras:
  Canto para ler história de medo:
Este foi um canto inspirado no livro
“Vai embora Grande Monstro Verde” Brinque Book  Além de cantos com tapetes e almofadas coloridas para aconchegar as rodas de leitura, contava com elementos para brincadeira e interação das crianças com a história ( banners gigantes  das páginas do livro para se ler passando pelo meio da história, bonecos que seguravam e sugeriam livros para se ler, piscina de espuma e água para brincar com monstros que cuspiam bolhas de sabão , túnel lagarta para “engolir crianças ”bruxas e monstros gigantes e simpáticos,almofada massageadora com cara de fantasma para se sentar e “tremer de susto”, e um varal teórico com informações sobre a importância da leitura para os bebes e fotos das nossas situações de leitura no CEI .

Na saída o espaço dispunha de um livro de visita onde os visitantes podiam deixar suas opiniões.
Livro gigante:
Essa proposta era construir um livro gigante que pudesse servir como base para acolher varias histórias .Foi feito de  madeira com revestimento de feltro no tamanho de aproximadamente 1,50m de altura.
Além do livro o canto dispõe de uma caixa de retalhos fazendo alusão a caixa de costura da Emília tendo em vista o tema inspirador desse canto ser O Sitio do Picapau Amarelo de Monteiro Lobato.
Canto de leitura para bebes:
Este foi um espaço pensado para atender principalmente as especificidades e características dos bebes , embora também seja usado por todas as turmas.
Um espaço aconchegante , seguro, com arranjo semi fechado foi então construído a partir da estrutura de uma piscina de bolinhas.As laterais da estrutura foram trançadas com tiras de tecido para servir para prender os livros para que fiquem disponíveis para as crianças.Do lado de fora montaram uma “colméia” para as crianças guardarem seus sapatinhos..

Livros de tecido e emborrachado para os bebês feitos pelas educadoras:
Esse grupo investiu na elaboração de livros de tecido e de borracha para os berçários . Essa iniciativa busca garantir que os bebes tenham acesso aos livros ainda que não tenham ainda destreza motora para lidar com os livros de papel, mais frágeis e mais fácil de rasgar
Canto móvel – Tranças de leitura:
Numa arara de pendurar roupas, foram trançadas varias fitas de tecido na composição de uma espécie de “Cama de gato literária” . Esse suporte móvel poderá disponibilizar os livros em qualquer parte do CEI ,inclusive nas áreas externas.

Canto : Casinha de livros:
Partindo da história de preferência de algumas turmas , as educadoras construíram esse canto inspirado na história dos três porquinhos e ainda nutridas por uma de nossas discussões sobre a diferença de se contar e ler histórias , disponibilizaram nesse espaço elementos para essas duas e diferentes propostas ( fantoches, e livros só com imagem e com texto em diferentes versões)
Momento V: Avaliação do encontro

PARTILHANDO IDÉIAS
Abrimos nosso cantos para visitação de outras unidades.Enviamos um folder e convites para que outras pessoas, escolas e crianças viessem conhecer e ler em nossos espaços de leitura.
Dias de visita:
Recebemos muitos visitantes ilustres:

Alunos e professores da EMEI e da EMEF do CEU
Supervisores, gestores, educadores e funcionários de outras Unidades:
CEI Burgo Paulista
CEI Vl. São Francisco
CEI Jd. Santa Barbara
CEI Cap. Mario Caldana
CEI Vl. Salete
EMEI Augusto Froebel
CEI Jd.Três Marias
CEI Pd. Manoel da Nóbrega

Mas, os visitantes mais apaixonados têm sido nossos pequenos do CEI

Que agora, andam encontrando livros espalhados por todos os lugares do CEI

Ver o encantamento deles e o resultado do nosso trabalho, nos fortaleceu a certeza de que...

È PRECISO INVESTIR, PERSISTIR E NÃO DESISTIR
É PRECISO ACREDITAR NAS POSSIBILIDADES
É PRECISO TER CLAREZA DOS NOSSOS OBJETIVOS E INTENÇÕES
SABER PORQUE E ONDE SE QUER CHEGAR
SEDUZIR-SE PELOS SONHOS
E ENCANTAR-SE COM OS RESULTADOS!
Vídeo registro deste trabalho:
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HÁ QUE SE TER OLHOS QUE VÊEM

A importância do olhar sensível

Considerações pessoais:Uma das maiores dificuldades do processo educativo é a dificuldade de enxergar e observar as crianças, seus processos e as interações que elas estabelecem.
O olhar de reparo precisa ser educado; O foco da nossa observação precisa ser intencionalmente escolhido.
Objetivos: Nossa pauta formativa desta semana tem por objetivo:
Sensibilizar o grupo e incentivar a discussão sobre a importância do conhecimento e da intencionalidade como potencializadores do olhar observador e da “sensibilidade do olhar” nos processos observação, como subsídios imprescindíveis ao planejamento, registro e avaliação dos processos educativos das crianças.
Há que se ter olhos que vêem
Atividade 1:  Abrimos nosso encontro com uma questão para discussão:

Qual é a diferença entre olhar e ver, entre perceber e reparar?

Atividade 2:  Assistir ao vídeo – É possível ver poesia em todas as coisas

O vídeo:
Foto de pássaros no fio publicada no 'Estado' vira música

Atividade 3: Assistimos o filme e abrimos espaço para considerações :

A escolha do vídeo foi perfeita para disparar questões importante sobre o tema.

Falas das educadoras
_ Fiquei emocionada com a sensibilidade dele!
_ Mas ele só conseguiu ver notas musicais naquela imagem porque tinha alguns conhecimentos , eu por exemplo que não sei nada de musica não teria feito nunca essa relação!
_ A nossa leitura do mundo a compreensão que fazemos das coisas e o significado que atribuímos a elas são permeadas por nossas experiências e nossa cultura.
Talvez um ambientalista, um eletricista, um poeta teriam feito “leituras” diferentes dessa mesma imagem.
Nosso conhecimento também é decisivo na capacidade de “enxergar” as coisas. No entanto, apenas o conhecimento não determina nossa forma de ver. Ex: Partindo do pressuposto que essa imagem estava publicada num jornal de grande veiculação, quantos músicos viram a mesma foto?
Da mesma forma que apenas sensibilidade não daria subsídios para essa leitura.
Ainda, para além disso, há o que poderíamos chamar de predisposição do olhar 
Esse foi um significado atribuído a partir de uma rede de significados construída pelo observador.

_ Eu achei interessante quando ele contou que a idéia virou um pequeno vídeo e que, postado na internet ficou conhecido mundialmente (mesmo surgindo de uma idéia bonita, mas simples).

_ Eu não preciso ser profissional de música ou conhecer uma partitura para compreender a ação dele ou me sensibilizar e ser tocada pela idéia. 
_O significado construído e partilhado por ele com outras pessoas também será resignificado pelo outro, de acordo com a leitura, experiências e vivencias de cada um.
Constituímos-nos a partir das experiências vividas e isso se dá na relação com o outro dentro de contextos culturais dos indivíduos.
Nessa troca, no entanto é de fundamental importância o registro.
Sem ele essa experiência teria ficado restrita ao autor e a um circulo restrito de pessoas com quem ele pudesse ter conversado.
A idéia ganha visibilidade na partilha com um grupo maior de pessoas pelo recurso de divulgação.

Tudo isso me faz lembrar da história :
Sobre idéias e pães.

Partilhar nossas idéias é um principio político  e de vida.
O registro assim é fundamental, pois que para além de mim, permite a muitos resignificarem o mundo e as coisas.


Atividade 3 :
A proposta é que nós “reparássemos” em alguma coisa que vemos todos os dias, mas que nunca tivéssemos parado para observar mais atentamente. (uma árvore, uma construção, uma música,...)
Para isso solicitei que trouxesse uma câmera fotográfica;

Saímos em passeio pelo CEI para realizar a proposta de registrar nosso olhar de reparo sobre alguma coisa que vemos todos os dias, mas que nunca paramos para observar mais atentamente.


Algumas imagens registradas pelos educadores:

Agora é hora de olhar outros passarinhos
A essência de um bom registro está na observação atenta e refinada do educador sobre os processos vividos pelas crianças.

O olhar de investigação do educador abre as portas para importantes processos reflexivos que, se devidamente embasados, qualificam suas práticas.


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O VALOR DO EMBASAMENTO TEÓRICO NA RESIGNIFICAÇÃO DE NOSSAS CONCEPÇÕES

Foco da proposta: Concepções de Infância e Aprendizagem
Algumas Considerações Iniciais:
Considerações pessoais: Considero de fundamental importância que nossos instantes de formação promovam o estudo de fundamentação teórica específica e fundamental para a educação infantil. Para tanto, é preciso que se promova espaços de discussão a cerca das concepções que fundamentam e sustentam as propostas e diretrizes do nosso trabalho.
 Objetivos: Investir no percurso formativo do grupo promovendo espaços de discussão a cerca das concepções de infância, de educação, de aprendizagem e desenvolvimento infantil, através do estudo de fundamentação teórica específica e fundamental para a educação infantil (LEY VIGOTSKY)

Proposta Para o Encontro:
Através de material formativo em vídeo subsidiar a discussão dos educadores quanto as concepções de infância, de criança, de educação, de aprendizagem e desenvolvimento infantil.

      Organizando nossos espaços
Até mesmo com a intenção de sensibilizar os educadores quanto a importância do planejamento do espaço, organizamos o ambiente para a realização da atividade planejada.
Organizamos em uma das salas colchões na forma de sofás, tapetes e almofadas pensando no conforto dos educadores para assistirem o vídeo.
Instalamos o Data Show e o telão e escurecemos um pouco o ambiente.
Pensar no bem estar das pessoas é cuidar e fundamentados nesse princípio é que precisamos nortear as relações estabelecidas na Unidade .

Atividade 1 : Questão disparadora:
Na intenção de provocar uma maior reflexão dos educadores a cerca de suas próprias concepções e significados, optei por pedir que antes de assistirem ao vídeo cada um escreva num papel sua concepção de infância.
Com o objetivo de possibilitar um confronto (pré e pós a atividade formativa prevista), sobre suas próprias significações.


1.       Qual a sua concepção de infância?
2.     Como as crianças aprendem e se desenvolvem?

Essa resposta deverá ser guardada para ser socializada no final da atividade proposta.
Essa resposta deverá ser guardada para ser socializada no final da atividade proposta.
Solicitei aos educadores que colassem suas respostas em um quadro para que estas fossem resgatadas ao final das nossas discussões.
Percebi um certo receio delas em mostrar suas respostas (o velho e bom medo do certo e errado) tranqüilizei-as quanto a proposta ser apenas uma forma de desencadear algumas reflexões para que depois pudéssemos olhar de uma forma mais distanciada para nossa próprias hipóteses e tomei o cuidado de não “checar” as respostas.


Atividade 2 :  Assistir o vídeo:  LEY VIGOTSKY- Coleção Grandes Educadores-ATTA
 Escolhi focar o trabalho nos planos genéticos de  VIGOTSKY.
Segue o trecho do vídeo utilizado. O filme pode ser acessado na íntegra (em partes) no link abaixo 
 
Proposta: Assistir e tecer  considerações sobre os conceitos discutidos pelo teórico

Atividade 3 :  Assistir o vídeo:  THE BABIES Proposta: Assistir ao filme subsidiados agora, pelas discussões da fundamentação teórica de Vigotsky para depois socializarmos as considerações do grupo.


        Documentário sobre quatro bebês de quatro cantos do mundo (Namíbia, Tókio, Mongólia e São Francisco) que têm suas vidas acompanhadas simultaneamente, desde o primeiro banho até os primeiros passos. Marcadas por culturas bastante distintas, o registro filmado do desenvolvimento destas crianças nos permite tecer considerações importantes sobre as crianças, seu desenvolvimento, suas interações com o mundo e com as pessoas, o valor das diferentes vivencias e experiências na constituição de si mesmo e na forma como ela significa o mundo e as coisas.
                Deixo disponível o trailer do filme mas vale a pena trabalhá-lo na íntegra

BABIES - Official Trailer [HD]

Antes de assistirem ao vídeo achei importante fazer algumas considerações:
Muitos conflitos, guerras e relações de poder apóiam-se na intolerância ao diferente. Não há réguas para se medir ou comparar diferentes culturas. Não há cultura melhor, pior, certa ou errada. Há apenas formas diferentes de se conceber as coisas:
Contextos diferentes, histórias diferentes, realidades diferentes e, portanto, diferentes modos de se pensar e viver.
Esse vídeo conta a história de crianças que são iguais em alguns aspectos, parecidas em outros e diferentes também.
Esse será nosso foco de observação e análise, porém, é de fundamental importância assumirmos o compromisso da isenção de julgamento de valor.

 
Atividade 4: Roda de conversa:

Após assistir aos dois vídeos:
Resgatar com os professores:

Qual a relação entre os dois vídeos?

De que forma os planos genéticos podem ser compreendidos  no filme Babies?

Que reflexões a partir dos vídeos foram possíveis de você fazer sobre:
·        Como são as crianças (concepções de infância) e
·        Como elas aprendem e se desenvolvem
As respostas dos educadores foram marcadas por considerações sobre o quanto ficou evidente os processos de desenvolvimento das crianças que são os mesmos, independente do local onde se viva (sentar, andar, explorar, etc.) no entanto, suas experiências são profundamente marcadas pela cultura em que estão inseridos.
Somos resultados de conjuntos particulares de vivências e experiências.
A observação dos bebês no vídeo nos permite pensar na muitas interações que eles estabelecem com os objetos, com as pessoas, com o ambiente, com os animais, enfim com tudo que os cerca.

_ Engraçado a gente sempre fala da importância da família (pai, mãe) e em algumas culturas a criança não tem quase contato com a figura masculina. O vídeo mostra a criança africana nessa cultura é criada por todos. É um jeito diferente!
_ Na realidade urbana se preocupam tanto com a saúde da criança e nas cenas das crianças africanas e da Mongólia os bebês vivem sem roupa e em contato direto com o chão pondo tudo na boca.

Minha intervenção: Precisamos discutir para muito além das restrições conceituais de algumas idéias palavras e conceitos (considerando-se que idéias, conceitos e significados são constituídos culturalmente).
Se compreendermos “saúde” como o equilíbrio físico e orgânico de um ser inserido em seu habitat natural, podemos pensar:
De que forma cada uma dessas crianças estariam preparadas para “viver com saúde” fora do seu habitat natural?
O mesmo se poderia dizer sobre o conceito/idéia de família.
As diferentes culturas pensam diferentes formas de organização social onde convivem e concebem diferentes formas de relacionar-se.


Nosso papel é pensar de que forma essas diferentes formas de viver e pensar marcam as experiências e o desenvolvimento dessas crianças e constituem também sua forma  de se relacionar com o mundo que a cerca.
 
A partir disso será possível refinarmos nossas reflexões sobre  a concepção de infância e de aprendizagem
Atividade 5: Resgate sua resposta registrada antes da atividade.


Que considerações você faria sobre sua resposta antes e depois da nossa discussão?

Algumas respostas socializadas com o grupo:

_Eu escrevi que a infância é um período importante na vida do ser humano e que ela aprende com os adultos. Na verdade agora eu acrescentaria que ela não aprende só com os adultos, mas nas vivências, experiências e interações com todos e com tudo que a cerca.
_Eu escrevi que ela é um ser frágil, que interage com o outro e que se desenvolve desde o nascimento. Acho que apesar de mais frágil que um adulto ela é ativa, explora estabelece relações o tempo todo com o ambiente e com as pessoas.

_ Eu não considerei na minha resposta a questão da cultura que ficou bem forte no vídeo.

_ Eu coloquei que a infância é um tempo de ser feliz, de brincar, de fazer amigos. Depois de ver o filme e da nossa discussão eu acho que minha resposta está errada!
Minha intervenção:
_ Sua resposta não está errada, apenas é um olhar mais romântico para a infância!
Se você perguntar a um médico, ele talvez te dará uma resposta pautada num olhar clínico para essa questão, se perguntar a um poeta talvez terá uma resposta lírica, mas é importante pensar em que resposta nós, professores, temos para essa pergunta.
Precisamos pensar na “profissionalização” do nosso olhar.
O que nós educadores precisamos saber sobre a infância, sobre a criança e sobre a forma como ela aprende e se desenvolve?

Atividade 6: Vamos agora que construir coletivamente uma resposta para as mesmas questões apresentadas anteriormente, porém agora subsidiados pelas discussões e pelas idéias apresentadas nos vídeos

OBS: Eu servirei como escriba redigindo a resposta coletiva do grupo

 
Resposta construída coletivamente

Ao final da discussão a concepção de infância apresentada no início do documento e a elaboração coletiva da resposta do grupo, resgatamos a concepção de infância e de aprendizagem em documentos oficiais, de forma a evidenciar as possíveis resignificações construídas pelo grupo após a tarefa.



Atividade final: Avaliação do grupo:
O trabalho no dia de hoje nos ajudou a conhecer melhor o objeto do nosso plano de trabalho - a criança: como é, como sente, como aprende e se desenvolve.
Sensibilizou o nosso olhar para a multiplicidade e complexidade das vivências das nossas crianças e nos convidou a observar mais as especificidades de cada um, considerando que cada ser humano é resultado de um conjunto muito particular de experiências e vivências.




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