CEU
TIQUATIRA
CEI Prof. Walter de Andrade
Registro
do percurso formativo para a construção dos planos de trabalho e planejamentos
dos professores
Temos construído um caminho bem
particular na construção dos planos de trabalho para que, antes de serem apenas planilhas preenchidas e arquivadas
burocraticamente, possam configurar-se importantes e efetivos norteadores para o
trabalho dos professores.
Deixo aqui registrado um pouco de todo o processo de construção dos planos de trabalho com meu grupo, um pouco das estratégias usadas, das atividades e comandas propostas
nesse percurso que tinha , e tem, por objetivo maior constituir-se nesse fazer
tal qual uma orientação didática para a elaboração desse documento . Nossa intenção foi tentar torna-lo mais significativo e possibilitar maior autonomia profissional do grupo na elaboração desses
documentos .
Longe de intencionar ser um modelo prescritivo de como fazer, antes, propõe-se a contar um caminho, um percurso de um grupo comprometido a pensar sobre suas intenções e ações docentes.
Considerações: A educação infantil hoje, sustenta suas
práticas nas vivências, experiências e interações infantis como desencadeadores
de desenvolvimento e aprendizagem.
Nossos planejamentos já pautou-se no “o
Que” e no “Como” ensinar; Hoje, sabemos que aprender é um processo constante de
elaboração e reelaboração de significados e por isso é fundamental que o professor,considere as
crianças e seus processos e pense em
intervenções importantes que garanta aos pequenos ricas e significativas
experiências e vivencias para o seu desenvolvimento.
Essa seria a ideia central do nosso
trabalho de formação deste ano:
Apoiar os professores no planejamento
de suas ações visando a qualificação dos planejamentos, ações e intervenções
docentes subsidiados pelo estudo e aprofundamento dos materiais
oficiais de orientação,
Para tanto, desde o início do ano temos construído
um percurso formativo que visa apoiar mais diretamente os professores na
construção dos planos de trabalho.
1º passo: OLHAR
DE REPARO PARA TODOS E PARA CADA UMA DAS CRIANÇAS
O primeiro passo para se planejar é observar as crianças com olhar de reparo.
Considerações:
O primeiro movimento importante para apoiar a elaboração dos planos de trabalho dos
professores, é o de se convidá-los a olhar
para as crianças, considerar suas necessidades, seus avanços e propor à elas novos desafios e vivências e assim avançarmos na construção de uma escola
que possa efetivamente ser um espaço de convivência, aprendizagem e desenvolvimento,
A primeira proposta foi a da elaboração
de um texto/carta onde o professor registraria suas primeiras observações sobre
seu grupo de crianças. Convidá-los a observar as características do grupo e em
especial de cada uma de suas crianças era uma forma a auxiliá-los a
significar o planejamento de suas
propostas e praticas, na intenção de que seus planos de trabalho considerassem
cada vez mais as características, necessidades, possibilidades e
potencialidades das crianças
Objetivo dessa primeira atividade proposta :
· Que
os planos de trabalho dos professores considerem cada vez mais as
características, necessidades, possibilidades e potencialidades das crianças
Comanda da
atividade:
Atividade 1:
Escrevam uma carta para alguém distante
contando sobre seu trabalho este ano:
Talvez
ajude seguir o roteiro proposto abaixo:
- Qual o agrupamento
escolhido?
- Como recebeu as
crianças? (como foi o período de
acolhimento, como foram organizados os espaços, ambientes e tempos)
- As características do grupo
(O que as crianças já são capazes de fazer sozinhas? O que elas já sabem?
Do que brincam? Do que gostam? O que cantam? O que comem?
- Como gostaria que as
crianças de seu grupo estivessem ao final do ano? (desenvolvimento/
aprendizagens/ interações)
Atividade 2:
- E as características
individuais?
- Fale um pouco sobre cada uma
das suas crianças
- Destine no final do seu
caderno de registro uma ou duas
folhas para cada criança e escreva, nesse primeiro instante, considerações iniciais sobre cada uma delas.
OBS: Cuidem para evitar que as observações
sobre as crianças caiam no juízo moral. Ex: descrições que prendem-se a
atributos de qualidade/defeito (a criança é agressiva, boazinha, um amor, uma
graça, imatura,...) (avaliação de constatação) É importante profissionalizar o
nosso olhar, buscando traçar considerações de processo ou observações que
sinalizem intenção de planejamento de intervenção.
Ex: Há muita diferença entre
dizer:
|
-Ana é muito chorona e
birrenta, chora por tudo, principalmente quando não fazemos sua vontade!
|
-Ana ainda tem dificuldade em
expressar suas emoções normalmente recorrendo ao choro em situações de
conflito.
|
-João tem uma família
desestruturada. Os pais não colaboram e não participam.
|
-A família do João precisa ser incentivada a
participar mais de perto do seu desenvolvimento.
|
Comanda da
atividade:
Atividade 1:
Para melhor subsidiar os
planos de trabalho de vocês e a organização das rotinas durante o ano,
finalizem a carta em parceria com os educadores do outro período para que ela
possa servir como um documento norteador das propostas e planejamentos de ação -
Planos de trabalho.
3º
passo: A LEITURA DOS DOCUMENTOS
OFICIAIS DE ORIENTAÇÃO SUBSIDIANDO O PLANEJAMENTO DAS AÇÕES EDUCATIVAS
É preciso romper-se então com o fazer vazio de intencionalidade
e propósito e trocar o mero procedimento pela real pratica educativa.
Considerações:
Penso que seria interessante,
sempre que possível, pensar em estratégias que convidem os professores à leitura e pesquisa, principalmente à consulta dos materiais oficiais de orientação visando a formação permanente que sustente uma maior profissionalidade de suas ações.
Mais do que pensarmos em “o que” as crianças vivem em nossa Unidade, este é
um convite para que os professores pensem no porque e para que o fazem para que
possamos sair das situações de intencionalidade informal que tanto ainda
permeiam nossa realidade educativa.
Objetivos:
Convidar os professores à consulta e leitura sistemática dos materiais oficiais de orientação como
forma de subsidio aos planejamentos dos educadores visando a organização e qualificação de uma proposta de trabalho com as crianças que lhes proporcionem viver situações de aprendizagens significativas considerando a dimensão tempo na sua inter-relação com espaço, materiais e interações. .
Atividade 1:
Proposta: Vocês já
pensaram e registraram o que as crianças já sabem , agora é hora de pensar no
que mais podem aprender, vivenciar, experimentar...
O que se espera
que as crianças na faixa etária com a qual vocês trabalham aprendam em cada um
dos campos de experiências?
Além das OCs, foram disponibilizados materiais (textos,
artigos, publicações) que pudessem ser consultados e utilizados com o objetivo
de subsidiar e ampliar suas discussões:
Nossa Jornada pedagógica foi destinada a leitura desse material sob a
seguinte comanda:
Leiam e destaquem nos textos:
Quais as
dicas que o texto dá sobre a organização de boas situações educativas?
- Após a leitura, elenquem as propostas de
atividades que seriam interessantes no trabalho com as crianças de seu
agrupamento.
O propósito maior na verdade não era a resposta em
si da comanda dada, mas o exercício de movimento de leitura, consulta e pesquisa.
4º passo: A FORMAÇÃO QUALIFICANDO AS INTENÇÕES
E AÇÕES DOCENTES
A reflexão é condição maior para a
qualificação das práticas educativas, pois só ela permite buscar uma maior
coesão entre as intenções e ações docentes, nos subsidia na análise dos
processos de aprendizagens e nos instrumentaliza no replanejamento das ações
educativas.
Considerações pessoais: A ideia central do nosso
trabalho de formação deste ano é:
Subsidiar os professores no planejamento
de suas ações visando a qualificação dos planejamentos, ações e intervenções
docentes subsidiados e apoiados pelo estudo e aprofundamento dos materiais
oficiais de orientação,
Para tanto, desde o início do ano temos
construído um percurso formativo que visa apoiar mais diretamente os
professores na construção dos planos de trabalho.
Depois de considerarmos as
características e necessidades das crianças, pensarmos nas expectativas de
aprendizagem para cada faixa etária e traçarmos nossos objetivos é hora de
pensar na qualificação das ações educativas através do investimento nos
processos formativos do grupo.
NOSSA FORMAÇÃO:
Considerações
do CP: No ano de 2011, o grande foco do trabalho de formação foram
as questões de princípios e concepções de criança e da educação para a primeira
infância.
Tal
qual quem “afina” instrumentos pra poder tocar uma melodia.
Em 2012 buscamos uma formação mais voltado para as ações educativas, buscando apoiar mais diretamente os
professores no planejamento de suas ações visando a qualificação dos
intenções, ações e intervenções docentes.
Subsidiados
e apoiados pelos os materiais oficiais de orientação, temos trabalhado com as diferentes linguagens,
buscando:
- Aprofundar os conhecimentos dos
educadores quanto ao que se espera para o trabalho nos diferentes campos
de experiência e as expectativas de aprendizagens.
- Subsidiar os professores na
construção de seus planejamentos, na elaboração coletiva de orientações
didáticas para o planejamento das práticas educativas e na posterior análise
dos registros.
Nossa formação configurou-se em momentos importantes de troca, discussão e reflexão sobre nossos saberes e fazeres . O tempo todo os professores eram convidados a revisitar seus planos de trabalho a fim de analisá-los a luz das discussões realizadas na formação.
Todo esse percurso formativo, desde as
comandas propostas para a construção dos planos de trabalho até as discussões
nos momentos de formação foram sendo documentados em um portfólio de formação
(Cada professor tem o seu).
Esse registro está sendo montado
processualmente e tem por objetivo:
- Ser um instrumento de apoio a construção dos
planos de trabalho de cada sala
- Servir como material de apoio na nossa
formação
- Constituir-se num ponto de partida para a
construção de um portfólio de formação
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Todo o percurso construído nesse tempo com a
utilização de diferentes materiais e estratégias formativas tem por objetivo
auxiliar os professores na construção dos seus planos de trabalho, subsidiando
suas reflexões sobre:
· Os princípios da educação infantil e em que
concepções eles se sustentam
·
As concepções que norteiam nosso trabalho
·
E a busca pela coerência entre nossas intenções e
ações docentes
O
REAL VALOR DAS PERGUNTAS E RESPOSTAS
O processo de
crescimento do ser humano está na sua predisposição em aceitar o desafio, na
sua reflexão sobre a prática e se fortalece muito mais nas suas dúvidas e
dificuldades, do que nas respostas e certezas.
Por isso não
temos aqui a pretensão da resposta, mas a inquietar e convidar um grupo a
pensar, a construir, ressignificar, conceber, conceituar juntamente com seus
pares as respostas possíveis para as muitas inquietudes que permeiam nosso
oficio.
Eis a razão maior dessa proposta
Buscar
respostas, que terão real significado para o grupo, por nascerem da
legitimidade, da autoria, do protagonismo e da co-responsabilidade de todos e
de cada um no processo de reflexão que nos permite sermos donos da nossa vida e
da nossa história.
Que não dá a
outros o mérito de pensar sobre nossa docência, posto que desejamos ser mais do
que meros “fazedores” do nosso oficio.
Um trabalho que em nenhum
instante se apresenta como pronto ou terminado, posto que isso negaria a mais
bela qualidade humana que é a de reconhecer-se como ser eternamente inacabado.